
Momento do Ex-Aluno
Luís Guilherme Santos, 20 anos, é ex-aluno CDS e cursa 1º período de Medicina, hoje, veja como entrevistamos ele.
Como você descreveria a sua experiência no CDS?
Num primeiro momento, antes de entrar, não tinha uma visão muito boa do diocesano. Tinha acabado de concluir o último ano do fundamental I numa escola do meu bairro e a maioria dos meus colegas iriam para uma escola vizinha, fazendo com que eu também o quisesse para continuar ao lado dos meus amigos. Meus pais, no entanto, tinham planos maiores para mim. Eles acreditavam que o CDS poderia me dar mais oportunidades e engajamento para o mundo acadêmico, coisa que, para uma criança de 11 anos, seria impensável. Depois de convencido a entrar, fui me encantando cada vez mais pela dinâmica do colégio ganhando afinidade com os professores e também com os colegas. Gostava muito das dinâmicas interdisciplinares, o entrosamento entre as matérias nos eventos que aconteciam, nas feiras de ciência, arte e tecnologia que apresentávamos. Sem dúvidas um dos pontos mais obscuros da minha caminhada no diocesano foi ter que passar pelo isolamento social, mas enxerguei de maneira bastante positiva a forma como o colégio se articulou para minimizar os danos, implantando o Ensino a Distância e, posteriormente, o formato híbrido, fazendo com que não me desestimulasse a seguir me dedicando aos estudos. Por fim, terminei a 3° série do Ensino Médio com amizades que irei levar para vida toda, tanto entre colegas, como também professores e funcionários, e sou muito grato ao CDS por ter me proporcionado momentos tão marcantes como as aulas de campo, viagens e principalmente o grande arcabouço teórico que o sistema de ensino do diocesano me proporcionou, sendo extremamente necessário para o meu processo de aprovação na faculdade dos meus sonhos.
A segunda das perguntas que eu já tinha preparado era qual foi a sua maior dificuldade nos estudos, o EAD teria sido essa dificuldade?
Sem dúvidas. No início, quando entrei no 6° ano, tive alguns problemas com adaptação em algumas matérias específicas, principalmente inglês, porque na minha antiga escola não era muito trabalhado. Mas, de longe, enfrentar os anos iniciais do Ensino Médio de maneira remota e sem o contato com o ambiente pedagógico que a escola proporciona foi o meu maior desafio, além de sofrer com todo o desgaste mental forçado pelo lockdown, longe dos colegas, amigos e família.
Como está sendo a faculdade? O que você acha mais diferente entre fazer a faculdade e a escola?
Quando saí da escola decidido que queria entrar na Escola Multicampi de Ciências Médicas já sabia que enfrentaria desafios antes de entrar - pois se disputar uma vaga numa universidade pública já era difícil, sendo ainda no curso mais concorrido do país seria um dos maiores desafios da minha vida - enfrentaria também durante, já que o método de aprendizagem ativo que a EMCM adota é completamente diferente da metodologia tradicional a que estamos expostos na escola e ainda em muitos cursos superiores espalhados pelo Brasil. Enquanto que na escola estamos acostumados com o ensino centrado no professor, que transmite o conhecimento e os alunos aprendem pelo que o professor transmite, o ensino ativo inverte os papéis e coloca o aluno como centro, o qual a partir das iniciativas do professor irá desenvolver o raciocínio crítico para resolução da problemática apresentada. Confesso que ainda tenho um longo caminho para me adaptar a esse novo mundo, mas também assumo que estou bastante entusiasmado com o curso, com os professores e os novos colegas. Ainda não tenho muita propriedade pra falar da minha vivência, pois ainda tenho muito a desbravar, mas cada vez que atravesso as portas da universidade, fico fortalecido na certeza de que este é o meu lugar.
Como foi o ENEM pra você?
Quando eu era criança, achava que o ENEM era um bicho de sete cabeças, uma prova de mais de mil questões e que seria impossível de passar, opinião compartilhada por todos com quem eu falava. Quando eu cheguei ao E.M, percebi que realmente não é uma prova fácil, mas também não era o tal bicho que eu imaginava. A prova é recheada de assuntos interdisciplinares contendo tudo que vimos até então na escola, mas não da mesma maneira. A forma como são cobrados esses assuntos é o que mais assusta os alunos: os textos ora parecem ajudar os alunos no direcionamento para a alternativa certa, ora confundem o raciocínio do estudante. Durante minha preparação, deslizei diversas vezes e achei que eu nunca venceria essa prova, estava realmente pensando no que falaram pra mim quando decidi que queria fazer medicina: pode tentar, mas é quase impossível. Só depois de fazer a prova pela 2º vez foi que eu entendi que o fator conteúdo não seria o único responsável pelo meu baixo rendimento, mas sim todo o resto. Foi durante a realização da prova do 1º dia do ENEM 2022, ano do meu pré, fazendo o exame pela primeira vez pra valer que eu conheci minha principal inimiga: ansiedade. Foi em meio a essa forte crise, atrelada a dores de cabeça constantes e febre de 39º que eu deixei a sala de prova nos minutos finais com mais da metade das alternativas chutadas. Foi aí que eu percebi o meu ponto fraco e em que eu precisava melhorar em 2023. Assim, realizando alguns ajustes nos meus estudos sozinho e dando a devida atenção a minha saúde mental foi que eu cheguei com outra mentalidade no ENEM 2023 e consegui o desempenho que almejava.
Como foi sua rotina de estudos? Como você se preparou pra prova?
Falando um pouco sobre a minha rotina de preparação, gosto de pensar que o processo é único para cada um, mas existem pilares fundamentais para a garantia de eficácia do processo. No meu caso, após fazer uma autoavaliação, percebi que minha base teórica era muito boa, mas pecava nas estratégias de resolução e minhas revisões eram escassas. Com isso, busquei incluir simulados e provas antigas em conjunto com o estudo aprofundado dos assuntos que mais caem, a fim de preencher lacunas teóricas. Além disso, sempre destinava um a dois dias na semana para simular ao máximo o dia do exame: cronometrando o tempo, separando um local que não tivesse muitas distrações e evitando ao máximo desviar o foco da prova, para que o meu corpo estivesse física e psicologicamente preparado para o grande dia. Por último, e definitivamente mais importante: dediquei-me para o Senhor. A dádiva da conquista não vem pelo mérito próprio, mas sim pela graça concedida por Deus a cada um daqueles que o gloriam. Hoje posso dizer com toda a convicção do mundo, a minha vitória não é minha, mas sim de Dele, por Ele e para Ele. Se você não tem fé no Criador, não digo que será impossível, mas será extremamente difícil suportar todo o processo desgastante que é a preparação para o ENEM.
Porque você escolheu ser médico?
Medicina nem sempre foi meu sonho, desde sempre gostava da área de exatas e biológicas, mas não me imaginava em medicina. No entanto, acabei me apaixonando pela área durante o 1º ano do EM, quando, durante uma mostra de profissões, a forma de atuação e as múltiplas possibilidades de especialização me encantaram. Desde então, nunca mais parei de consumir conteúdo da área médica, desde podcasts, séries até pessoas que se destacaram na área.
O que você acha que poderia ser maior desafio, como médico, no futuro?
Ser médico é majoritariamente ter que trabalhar sob a pressão de estar carregando nas mãos a responsabilidade de uma vida e, apesar de eu admirar a competência dos profissionais da urgência e emergência, sinto que ainda preciso desenvolver muito essa característica de saber trabalhar pressionado. Pretendo me policiar para adquirir essa habilidade ainda na faculdade e pedir muito a intercessão de nossa Mãe Santíssima para me formar já tendo as competências necessárias e atender a população da melhor forma possível.
Um conselho pra quem também quer tentar medicina:
Para você que tem a sementinha da medicina plantada no seu interior e deseja embarcar na jornada até a aprovação, tenho alguns ensinamentos que eu tive que aprender na marra e gostaria de repassar: 1º tenha paciência com o seu processo. Deus sabe o tempo certo, dê o seu melhor, nunca se deixe desmotivar, mantenha seu sonho sempre em primeiro lugar, mas nunca se esqueça de que é Ele quem faz o primordial. 2º fuja das procrastinações, evite perder tempo com coisas desnecessárias e distrações fúteis. Eu sei que é difícil largar algumas coisas, o sacrifício nunca será fácil, mas mantenha sempre em vista o seu objetivo, nunca baixe a cabeça. 3º não se deixe levar pelos milhares de "coachs" da internet que inventam métodos mirabolantes, o básico funciona: se aprofunde nas bases, exercite esse conhecimento sempre, nunca deixe de fazer questões e simulados e principalmente de corrigi-los, pois uma correção bem feita vale muito mais do que uma aula de um assunto novo. 4º Volte ao assunto sempre que necessário, não tenha medo de retornar e fazer uma revisão, às vezes é melhor dar um passo pra trás, e logo em seguida dois pra frente. Para encerrar, recomendo fortemente ter algo que te fortaleça nessa dura caminhada que é o vestibular: vá a um grupo de oração, participe de uma pastoral, pratique um esporte e não se isole de sua família, eles são o porto seguro que você terá para retornar sempre que o barco estiver naufragando. Estejam sempre cientes dos seu propósito e mantenham-se firmes nele, pois a jornada não será fácil, mas a recompensa valerá todos os esforços.